No último domingo, dia 27 de abril, ocorreu um ato
racista no jogo Barcelona x Villarreal, quando um torcedor do Villarreal jogou uma banana em direção ao lateral do Barcelona Daniel
Alves. Logo em seguida, o jogador teve uma atitude bem interessante e curiosa pelo fato de ter comido a banana. A
partir desse dia, Neymar lançou uma campanha com uma foto dele e do filho onde
os dois estão com bananas e colocou a hashtag #somostodosmacacos, e desde
então, outros famosos fazem o mesmo contra o racismo. Mas muitas pessoas também
não gostaram de serem chamadas de macacos e essa campanha acabou virando tão
polêmica quanto o ato racista.
Ismael Fagundes é gaúcho, estudante de Arquitetura e
Urbanismo na UniRitter de Porto Alegre, negro e contra a campanha #somostodosmacacos.
"Sou contra por diversos motivos, eu respeito essas manifestações, mas eu vejo uma
grande ridicularização da imagem do povo negro (uma parte de gozação também). E
o macaco assim como todos os animais ou seres humanos merecem respeito. Então, se ofendam por serem chamados de negro pobre, negro sujo, porque não conseguem emprego por suas cores e não pelo fato de
serem chamados de macacos. Até porque muita gente que acha uma palhaçada essa
história de macaco, já ligou pra um amigo(a) sem ofender e disse : "E aí macaca como está? Saudades". Então pessoal, não se ofendam por pouca coisa e
procurem a mudança em vez de criticarem. Unam-se e mostrem para sociedade que
ser chamado de macaco não nos ofendem mais, pois , qualquer dia, isso já não
vai ser mais ofensa e os racistas não terão mais argumentos para nos ofender ", afirma Ismael.
Ismael Fagundes - Foto Pessoal
Yan Barros é baiano, estudante de Engenheria Elétrica
na UNIFACS - Universidade Salvador, negro e é a favor da campanha #somostodosmacacos.
"Nós como simples participantes da sociedade não temos ao nosso favor a
mídia, para assim podermos fazer nossas reclamações, nossas indignações e
nossos apelos. Os atores, ao contrário, têm toda a visibilidade necessária, sendo
grandes influenciadores da contemporaneidade, através das novelas, comercias e
vários tipos de trabalhos que venham a abranger uma grande quantidade de
pessoas. É mais do que dever deles
aproveitar essa visibilidade para mostrar a indignação que nós todos estamos
sentindo com essa ignorância que ainda nos circunda, o preconceito. Mostrar a
banana seria uma forma de dizer que nós
todos somos iguais, tão iguais quanto o cara que jogou a banana, mostrar assim
que é uma fruta como outra quaquer, apesar de representar por trás um preconceito
racial", afirma Yan.
Texto: Letícia Anele Kruse
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