sexta-feira, 2 de maio de 2014

Entre Gols, Bananas e Racismo, Somos Todos Macacos?

Nunca antes se falou tanto em banana nesse país, a fruta é uma das mais consumidas no mundo, rica em potássio, vitamina B, magnésio e fibras. Há muitas variedades da fruta, Prata, Nanica, Banana da Terra. Diurética, ajuda a controlar a pressão sanguínea e é fundamental para os músculos. Mas não foi nada disso que deixou a banana em evidência nos últimos dias.
Após vários episódios de racismo em partidas de futebol, dessa vez foi Daniel Alves, jogador do Barcelona, que sofreu o pênalti. Durante uma partida, torcedores do time adversário tocaram uma banana no campo durante a cobrança de um escanteio, Daniel, prontamente pegou a banana, descascou e a comeu, fazendo um gol no preconceito.

( Foto: Folha de São Paulo)

 Após, as redes sociais fervilharam, tanto no Facebook, como no Twitter, o assunto era o mesmo,  fotos e frases de apoio ao jogador, anônimos e celebridades aderiram a campanha que tomou conta das redes, #SomosTodosMacacos. Mas nem todos tem a mesma opinião, Bandoch Chapéu, cantor de Reggae Music, acha que a palavra macaco sempre foi usada a favor do preconceito, acha a admirável a atitude de Daniel Alves, porém é contra a campanha.


                                                                                (Foto: Arquivo Pessoal)
"A palavra macaco sempre foi usada pra diminuir o negro, usa-la é assumir uma condição imposta pelos racistas, somos todos iguais, sem essa de macaco." afirma Bandoch.

Victor Prates, estudante de Jornalismo e Carnavalesco, achou a atitude de Daniel muito correta, mas não aderiu, porque também acha a campanha racista.

                                          (Foto: Arquivo Pessoal)

"Não somos macacos, somos humanos da raça negra, temos nariz, boca, braços e pernas, assim como os brancos, índios, etc,  não somos diferentes de ninguém." Afirma Victor.

Conversei também com Guilherme Alves, estudante de Recursos Humanos na ESADE, que acha que o racismo que começa nos estádios se estende fora dele, a diferença é que nos estádios o povo fica a vontade de declara-lo, e fora dele por questão de bom convívio não o assumem.

(Foto: Arquivo Pessoal)

"Sou a favor de campanhas sérias contra o racismo, Somos Todos Macacos virou publicidade." Afirma Guilherme.

Já Rahiza Rodrigues, que estuda psicologia na FADERGS, é a favor da campanha, entende que a provocação soa como uma união," mexeu com um mexeu com todos", diz Rahiza, que afirma já ter sofrido preconceito, ela acha que o gesto de Daniel abriu precedente para que as pessoas não deem moral pra racismo, "ele pegou a banana, comeu e seguiu o baile", o que na opinião dela, impressionou a todos com uma reação tão inesperada.

(Foto: Arquivo Pessoal)

Rahiza quer acreditar que estamos entrando numa nova era, em que todos os cantos do planeta não será mais aceita nenhuma forma de preconceito, racial, sexual ou religioso, "se não houver respeito, tem que haver punição, declara.

A campanha continua pelo país, as opiniões sobre ela divergem, mas o que é unânime, é que não existe mais espaço para o preconceito no mundo, somos todos iguais, a diferença só existe em mentes pequenas de uma espécie não evoluída.

Daniela Fernandes







Nenhum comentário:

Postar um comentário