Por Graziella Santos
Elas nunca compraram uma única fralda, bico,
roupinha de bebê, ou até mesmo planejaram realizar o tradicional chá de fralda,
mas tiveram suas vidas destruídas pelas drogas. São mães acorrentadas aos
vícios e filhos que nascem embalados para um destino incerto. Este é o retrato
de muitas famílias em todo o Brasil e no Rio Grande do Sul a droga tem
sobrecarregado o sistema público de acolhimento do Rio Grande do Sul.
A droga tira a capacidade de raciocínio do
ser humano, a pessoa perde o controle de seus atos, no caso das mulheres
impacta também no emocional. Em alguns casos mães usuárias deixam seus filhos
abandonados ainda na maternidade.
Segundo um estudo realizado pelo Hospital Presidente Vargas, aponta que
muitas viciadas não têm apego pelo bebê. A maioria das mulheres tem pressa para
sair da maternidade e sustentar o seu vicio e deixam os seus filhos abandonados.
Realidade parecida com a história da advogada Nádia Oliveira, 33 anos, relata que
trilhou caminhos bem difíceis, desde muito cedo começou a fumar e a consumir todos
os tipos de bebidas alcoólicas. Depois vieram as drogas, a vida errada e
começou a piorar o seu relacionamento com a família, não desenvolvia na vida
profissional. Envolveu-se com pessoas, situações e relacionamentos errados e
aos 24 anos estava com a vida destruída, sozinha , sem perspectivas e gravida.
Hoje ela Nádia tem motivo para sorrir |
Mesmo em período de gestação, Nádia, relata que fumava maconha,
cigarro, ingeria bebidas alcoólicas e também usava muito cocaína. A
consequência disso tudo foram às complicações no parto que quase lhe custaram a
vida. Ela acrescenta que sua filha nasceu
saudável por conta de Deus. Após passar por tudo isso,
continuou no caminho dos vícios. Como relata: “Subia o morro, trazia drogas pra galera e sempre incentivava as
amigas a experimentar. Não se importava se magoava as pessoas ou a sua família.
Só pensava em mim mesma. Me tornei uma péssima mãe, estava sempre irritada e
impaciente”.
Nádia e seu esposo Juliano ajudam outros jovens através do Projeto Dose Mais Forte |
Através da perseverança e também com o auxilio
espiritual encontrado na Organização não governamental, Força Jovem UniversalGaúcha, iniciou uma nova caminhada, lutou e hoje tem uma nova vida. Está livre de
todos os vícios há nove anos, atualmente é advogada,
esposa, uma verdadeira mãe e ajuda outras mães e jovens que se encontram reféns dos vícios a serem resgatados desse caminho.
Segundo dados da Fundação de Assistência e Cidadania,
(FASC) de Porto Alegre nas 67 unidades, estão acolhidos 750 crianças e
adolescentes. Sendo que 80% dos novos abrigados chegam por causa do uso de
drogas pelas mães. As demais crianças e adolescentes estão na rede da Fundação
de Proteção Especial do Rio Grande do Sul, a maioria são filhos de usuários de
drogas, índice que aumento em 75% na faixa etária de crianças até dois anos.
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